Displasia renal é uma doença hereditária ou congênita, caracterizada pelo desenvolvimento desorganizado do parênquima renal, devido a anormalidades na nefrogênese. A severidade da doença depende da proporção de néfrons imaturos, e cursa com insuficiência renal crônica (IRC), entre 4 meses e 2 anos de idade; sendo descrita com maior frequência em raças como Lhasa Apso e Shih-Tzu, porém outras podem ser acometidas.

SINAIS CLÍNICOS, anemia, osteodistrofia renal, entre outros.
Incluem polidipsia, poliúria, êmese, desidratação

Trabalho ganhador em primeiro lugar no Congresso!

 

Cristiane L. F de Toledo, Renata Serafim1, 1 ,Iolanda Bettencourt 1,
Mariara Dias1, Roberta Porto1
ACADEMIA E CENTRO DE REABILITAÇÃO ANIMAL-CAMPINAS,SP. Endereço eletrônico: reabivet@gmail.com.br

 

Diagnóstico

O diagnóstico de tal enfermidade pode ser feito através de achados laboratoriais que podem revelar azotemia, hiperfosfatemia e anemia arregenerativa. A urinálise demonstra densidade urinária baixa e proteinúria ausente. A ultrassonografia constata rins pequenos, hiperecogenicidade e perda do limite córico-medular; porém o diagnóstico definitivo é feito através de exame histopatológico do tecido renal, via biópsia ou necrópsia.

 

Tratamento

O tratamento convencional deve incluir uma dieta de poucas proteínas e fósforo, além de fluidoterapia para abaixar os teores de toxinas circulantes no organismo não metabolizadas pelo rim.

Alguns medicamentos podem ser utilizados para tratar os sintomas, como por exemplo a anemia; e a hemodiálise já é disponibilizada em alguns hospitais veterinários para casos mais severos.

 

Relato de Caso

Foi atendido na ReabiVet um animal da raça shih-tzu, macho, 1 ano e 3 meses, cujo diagnóstico de displasia renal veio através do clínico, por meio de exames laboratoriais e ultrassonografia.

Apresentava sintomas como poliúria (bastante clara), polidipsia, anorexia, diarréia infrequente e creatinina em 2,5 mg/dl.

Na avaliação pela MTC, pôde-se constatar língua pálida, ausência de sensibilidade nos pontos de acupuntura, personalidade calma, dorminhoco e friorento.

 

Diagnóstico MTC

Através da MTC foi deficiência do yang do Rim e o tratamento proposto foi acupuntura e fitoterapia chinesa.

 

Tratamento

Foi realizado com acupuntura e utilização de fitoterapia chinesa.

 

Discussão

Os pontos de acupuntura utilizados foram: B23, B52, VG4, B20, R3 e R7.

A técnica utilizada foi de tonificação, sendo agulha seca durante 20 minutos.

Foi prescrita a fitoterapia chinesa Jin Gui Shen Qi Wan, ½ envelope, 2 vezes ao dia, durante 60 dias.

O animal realizou um total de 7 sessões de acupuntura com intervalos de 1 semana.

Os sinais clínicos descritos melhoraram neste período com a interessante observação de uma mudança comportamental: antes tranquilo, após as sessões começou a se impor aos outros animais e pessoas da casa, demonstrando assim, aumento do componente yang de sua personalidade, antes deficiente.

 

Conclusão

Levando em consideração que este caso ocorreu à 3,5 anos, e o animal se mantém estável com creatinina em torno de 1,6mg/dl, sem necessidades de intervenções médicas, pode-se concluir que o tratamento com acupuntura e fitoterapia chinesa, são importantes aliados ao tratamento convencional da displasia renal.

 

Bibliografia

XIE, H; PREAST, V. Medicina Veterinária Tradicional Chinesa, Cap.9: Prevenção e estratégias de tratamento, p.470 a 484. São Paulo,2012.

HÜNNING, P. S., et al. Displasia Renal em um Cão. Acta Scientiae Veterinariae. 37(1); p: 73-77, UFRGS, 2009.

BABICSAK, V. R., et al. Contribuição da ultrassonografia para o diagnóstico da displasia renal em cães. Vet. e Zootec. 2012 jun.; 19(2): 181-1851.

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